Clipping - GZH - Em um ano, programa de regularização fundiária de Caxias entregou 530 títulos de propriedade

imagem da notícia

Um encontro realizado no auditório do Centro Administrativo Municipal de Caxias do Sul registrou, na manhã desta sexta-feira (16), a apresentação de um balanço do primeiro ano de realização do "Esse Terreno É Meu", programa de regularização fundiária iniciado em agosto de 2021 no município. Desde então, 530 títulos de propriedade foram entregues, beneficiando mais de 1,8 mil famílias. A ação começou pelo Loteamento Vitória, ocupado desde 1998, com 392 lotes regularizados pelo programa. Entre as próximas áreas que recebem os títulos de propriedade estão o Centenário, o Loteamento Vila Lola e o Núcleo Habitacional Floresta II. A expectativa da Administração Municipal é de que o número de regularizações seja triplicado em relação a 2022, contemplando 1,3 mil lotes de interesse social (em propriedades públicas que foram ocupadas) e 470 de interesse específico (em propriedades particulares ocupadas).

No evento realizado nesta manhã, a arquiteta Luana Mezzomo, servidora da Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU), que atua no programa, apresentou um histórico da regularização fundiária e destacou as etapas do programa aplicado no município, que também garantiu títulos de 38 lotes no Núcleo Morumbi, além de 46 no Residencial Colina e 44 no Residencial da Montanha - condomínios da Linha 40.

— É muito mais do que a emissão do título — afirmou a arquiteta, que falou sobre os diversos fatores considerados no momento do diagnóstico.

Segundo ela, quando a equipe multidisciplinar — composta por cinco arquitetos, três engenheiros, um biólogo, um geólogo, um procurador, um assessor jurídico, além de agentes administrativos e estagiários — realiza a visita, observa as potencialidades da área, além de questões relacionadas à infraestrutura, segurança, sustentabilidade e demanda por pontos de convivência.

Para o ambientalista Mario Mantovani, diretor de relações institucionais da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), que participou do encontro e acompanhou visitas recentes realizadas pelo programa, este é o principal diferencial do programa e pode ser tomado como exemplo para aplicação na Regularização Fundiária Urbana (Reub) de outros lugares do país.

— Este trabalho que está sendo feito aqui vai além do que a gente conhece no Brasil, que é só falar: "vai lá e regulariza". Aqui estamos tendo a dimensão humana, participativa, da qualidade de vida. Buscar a qualidade dessa urbanização é um processo bem diferente. Estamos conhecendo isso e queremos levar um pouco dessa ideia, também, para todas as Reubs do Brasil — disse Mantovani, em entrevista concedida pouco antes do início da reunião, que ocorreu entre 9h40min e 11h10min.

A apresentação do balanço também teve a presença de profissionais que atuam no programa, representantes de Associações de Moradores de Bairro (Amobs) de Caxias do Sul e da prefeitura, incluindo o prefeito Adiló Didomenico e a vice-prefeita Paula Ióris. Em seu pronunciamento, o prefeito projetou a continuidade do programa.

— Nós vamos trabalhar forte nesta questão da regularização porque ou fazemos essa inclusão, de fato, ou teremos sempre dois tipos de sociedade: a do morador que tem a posse legalizada de seu terreno e a do que não tem. O projeto veio em boa hora, e foi fundamental estarmos todos do mesmo lado — celebrou.

— O resultado deste programa está nas nossas portas, e até o final deste governo muitas outras escrituras virão, e a comunidade agradece de coração mesmo — disse o presidente da União das Associações de Bairros (UAB) de Caxias do Sul, Valdir Walter.

"Um programa da cidade", destaca secretário de Urbanismo

A prefeitura estima que cerca de 80 mil famílias residam hoje nas 600 áreas irregulares do município. Para o secretário municipal de Urbanismo, João Uez, o programa tem potencial para marcar o governo de Adiló, tendo em vista os impactos positivos que deixará para a cidade. Ainda assim, o secretário disse que as certidões entregues até o final da gestão serão apenas o primeiro passo.

— Certamente não vamos conseguir regularizar todas as áreas, mas é o grande início, os primeiros passos. No futuro, quero ser conhecido como o secretário de Urbanismo que menos regularizou áreas, para que os que venham a nos suceder entendam que este não é um programa de governo e, sim, um programa da cidade — declarou Uez.

Fonte: GZH