A Dignidade e o Saber. Pedindo vênia ao colega Marcelo Valli da Fontoura (Tabelião de Notas e Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais de Ivorá-RS), ao embarcar no mesmo título por ele usado, e em continuidade a assunto de grande louvor, necessário se faz além da dignidade financeira o aperfeiçoamento e atualização na área. Para tanto, as dificuldades de acesso a esse nível de conhecimento, leva tão nobre classe de interior, que com suas atuações ímpares também contribuem para a segurança jurídica e engrandecem a atividade Notarial e Registral do Estado, sentirem os dissabores do quão distanciável se torna o aprimoramento dos que se encontram geograficamente distantes das fontes inexoráveis do saber – pois SEMPRE ALMEJARAM, ALMEJAM E CONTINUAM SONHANDO com a profícua mas não intangível especialização/aperfeiçoamento - anseios que nunca padeceram de óbito e continuam tão vivos quanto os ideais da classe. CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO que pudessem ser ministrados em Comarcas centralizadas favoreceriam a concentração dos laboriosos notários e registradores do INTERIOR - que se encontram geograficamente longíquos da Capital – sede das grandes ofertas de aprimoramento e atualização profissional. Problemas sempre enfrentados no interior do estado, vez que os cursos ofertados na área quase sempre estão na circunscrição da Capital ou regiões adjacentes a ela – e também por serem ministrados em dias ou horários que dificultam o acesso por quem dela encontre-se distante, inobstante razões outras, onde muitos serviços não disponibilizam ainda de um preposto para auxiliar no expediente. Cursos dessa natureza e envergadura deveriam também ser promovidos nas Comarcas regionais mais centralizadas ou de médio porte, que intermedeiam os municípios do interior, para que colegas da mesma trilha não sintam-se como “filhos órfãos”, que agora sob os auspícios da RENDA MÍNIMA – poderão também beber e sorver o tão valioso aperfeiçoamento que sempre buscaram e anseiam. A tão famigerada “baixa remuneração” em decorrência do pouco volume de serviço em pequenas cidades ou distritos ocasionou a muitos notários e registradores dificuldades extremas, como bem apanhou o colega de Ivorá-RS - induzindo alguns a desistirem do percurso – que tão árduo e sem contraprestação financeira (emolumentos) no limite do aceitável, motivaram o desinteresse pessoal em trilhá-lho, percalços desta ordem que somente o interior saboreia (ou melhor, saboreava), onde hoje a benquerença ‘RENDA MÍNIMA’ logrou alcançar a satisfação da classe interiorana que sempre persistiu e não abdicou da DIGNA, FIEL, CORRETA E SEMPRE SEGURA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO JURÍDICO na área notarial e registral, onde por esmerada persistência, amor e sonhos que nunca acabam..., não nos fez somar fileiras àqueles colegas que mais cediços interromperam o caminho, buscando outros que lhes alcançassem a dignidade da sobrevivência financeira. A atividade exercida e a obrigação assumida por estes profissionais do direito – NOTÁRIO e REGISTRADOR - é de meio e também de resultado, onde mister e imperioso se faz seu aperfeiçoamento. Assim, continuaremos a lutar – mesmo que não em altos brados pois nossas forças “estão ainda pequenas, recém recebendo um sopro de bem-aventurança”, sem jamais DESISTIR do percurso, pois sabemos nós interioranos – e creio que somente nós que VIVENCIAMOS diuturnamente ditos problemas – pois quem não vivencia talvez não sinta, apenas imagina e se condoa – tínhamos essas dificuldades como EXPERIÊNCIA incrustrada, moldada e bem amordaçada no nosso ser. Portanto, olhem e abracem com paternalismo aqueles que também contribuem, sem holofotes, para fazer brilhar a classe, e continuam a beneficiar “os pequenos municípios ou distritos a que pertencem os serviços que dela necessitam...”. * Sandra Soares de Lima Schorn – ex-Tabeliã de Notas; Oficial dos Registros Públicos de Formigueiro-RS. Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Notarial e Registral.