Quase metade das empresas não consegue transformar os dados que acumula em informações de valor. É o que concluiu uma pesquisa global e anual da ASG Technologies Group, empresa líder no fornecimento de soluções de Gerenciamento de Informações e Sistemas de TI. O estudo foi feito a partir de entrevistas com mais de 150 profissionais do setor que trabalham em companhias com mais de 500 funcionários. Seis em cada dez dos participantes afirmaram ainda que a tomada de decisões no último ano foi baseada em dados imprecisos, desatualizados ou ruins como fonte de informação. Será possível desenhar um futuro em cima de dados imprecisos? A resposta é óbvia. Ou, pelo menos, deveria ser. Vivemos a chamada era da informação não só por causa das redes sociais que conectam o mundo, mas por entender que os dados são o bem mais precioso que alguém pode deter. Seu nome, idade, gostos e preferências, local de residência, lugares onde costuma frequentar: tudo isso ajuda a determinar um padrão de comportamento essencial para as marcas desenvolverem produtos para você – e, assim, serem mais assertivas na conversão da compra e da experiência do cliente. Você já deve ter sido surpreendido por uma empresa que “adivinhou” um item que você estava querendo, não é mesmo? Esse é um exemplo de como utilizar os dados nas ações de marketing. Muitas organizações não têm habilidade ou não desenvolveram inteligência de negócio voltada a aproveitar ao máximo o que os dados podem proporcionar. A cultura data-driven, que estabelece níveis de progresso com base em dados, aumenta a vantagem competitiva da empresa, resultando em mais assertividade na tomada de decisão. LGPD e a inteligência de negócios Neste mês, entra em vigor a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e as organizações irão se deparar com uma quantidade enorme de dados. Será preciso aprimorar a proteção de dados de usuários e clientes por meio de inteligência em segurança da informação. O desafio agora é criar ações estratégicas para transformar essa massa de dados em informação útil. Como uma primeira iniciativa, o setor de marketing deve definir modelos preditivos, que caracterizam os clientes a partir de dados psicográficos e demográficos coletados pela própria empresa ou a partir de bases de dados diversas. Isso não pode ser feito sem um profissional da área de estatística alocado no setor. Além disso, a área de TI, responsável pelo armazenamento e segurança dos dados de clientes e potenciais clientes, deve possuir ferramentas que permitam a rápida manipulação desses dados, a partir da alocação de profissionais específicos, que podem ir de um simples administrador de dados até um analista de BI (Business Intelligence). A ideia é que eles trabalhem em harmonia com a área de marketing para obter diferentes modelos preditivos. Usar inteligência de negócios é antecipar-se às necessidades e exigências do mercado e dos clientes, por meio de coleta e análise de informações. A forma como é usada varia de acordo com o perfil e o objetivo de cada empresa. Imagine que uma rede de lojas investigue quais são os produtos mais comprados por um usuário, sua frequência de compras, forma de pagamento preferida, tamanhos, gostos, entre outras informações. Com esse conhecimento em mãos, a loja pode adotar medidas para se comunicar, criar conexão e vender mais. Esse processo pode ser aplicado em todas as áreas da empresa, possibilitando um melhor controle de estoque e de orçamento. Vale ressaltar que tudo isso exige disposição de investimento, uma vez que esse processo exige plataformas e ferramental específicos. Transparência é confiança Outro ponto importante é que a LGPD vai permitir ao usuário ter mais transparência sobre o uso de seus dados. Por isso, as empresas precisarão de boas práticas para administrar dados e depois extrair valor deles. A tendência é que elas busquem utilizar métodos mais claros para alcançar as pessoas. Isso quer dizer que terão que ficar mais inteligentes e cada vez mais específicas para ganhar as pessoas. Isso é uma oportunidade para que as empresas pensem em ações comerciais de marketing mais efetivas, que gerem valor para o cliente, através do reconhecimento de suas preferências, interações mais significativas e transparentes. Sem dúvidas, essa estratégia será o caminho das pedras para a sobrevivência de muitas empresas em 2020. * Por Anderson Mancini, apaixonado por tecnologia, fundou aos 18 anos a Neotix Transformação Digital e desde então, vem participando do desenvolvimento de mais de novecentos projetos digitais em parceria com clientes de diferentes segmentos. Fonte: Jornal Contábil